
SE ISTO ACONTECE NO BRASIL O TODO PODEROSO FICA SEM JOGADOR !!!!
Por história, México enfraquece clubes e inicia preparaçãoFernando NarazakiSão Paulo (SP) - Em busca de uma inédita semifinal, o México inicia nesta quarta-feira a mais longa preparação de uma seleção para a Copa do Mundo. Para concretizar o sonho, a Federação Mexicana entrou em acordo com os clubes, conseguiu a liberação dos atletas e o técnico Ricardo La Volpe terá 23 dos 26 pré-convocados para o Mundial à sua disposição nesta quarta.
Estes são os 26 convocados do México. Em 15 de maio, três serão cortados para a lista final
GoleirosSánchez (Chivas)Corona (Tecos)Ochoa (América)
DefensoresMárquez (Barcelona/ESP)Salcido (Chivas)Osorio (Cruz Azul)Rodríguez (Chivas)Suárez (Chivas/EUA)Méndez (Monterrey)Pineda (Chivas)Huíqui (Cruz Azul)Castro (América)
Meio-campistasPardo (América)Pérez (Monterrey)Nelson (Toluca)Lozano (Tigres)López (Toluca)Torrado (Cruz Azul)Arellano (Monterrey)García (Atlas)Guardado (Atlas)Morales (Chivas)
AtacantesBorgetti (Bolton/ING)Fonseca (Cruz Azul)Franco (Villareal/ESP)Bravo (Chivas)
Os jogadores realizam exames médicos e embarcam em seguida para Acapulco, onde permanecerão por uma semana. Depois disso, o elenco treinará na Cidade do México, realiza dois amistosos (contra Venezuela, em 5 de maio, e outro contra rival não definido em 12 de maio) e embarcam em 20 de maio para a França, onde realizam a etapa final de preparação com mais três amistosos (França, em 27 de maio, Holanda, em 1º de junho, e um combinado da cidade alemã de Gottingen, em 3 de junho).
Neste período, La Volpe só não terá o zagueiro Rafael Márquez, do Barcelona, e os atacantes Guillermo Franco, do Villareal, e Jared Borgetti, do Bolton, que não foram liberados pelos clubes europeus até o final dos campeonatos nacionais e devem se juntar apenas em 15 de maio. “Será uma longa preparação, teremos sacrifício, mas vale a pena”, diz o zagueiro Salcido.
Para se ter uma comparação, o Brasil só conseguirá reunir o grupo pretendido por Carlos Alberto Parreira a partir de 22 de maio, e o time deve realizar dois amistosos (Nova Zelândia, em 4 de junho, e uma equipe suíça em data a ser definida) antes da estréia na Copa. Mas para conseguir este raro plano, o futebol mexicano terá de pagar um preço e que começa a ser visto já nesta quarta-feira.
Único time do país classificado para as oitavas-de-final da Copa Libertadores da América, o Chivas Guadalajara perdeu simplesmente seis jogadores para a seleção local: o goleiro Sánchez, os zagueiros Salcido, Rodríguez e Pineda, o lateral Morales e o atacante Bravo. Sem eles, o time enfrenta o Caracas, nesta noite, e disputará a competição desfalcado até as quartas-de-final.
No ano passado, o time enfrentou o mesmo problema (ficou sem oito jogadores, que disputavam a Copa das Confederações) e caiu nas semifinais diante do Atlético-PR, perdendo a chance de se tornar a primeira equipe mexicana a ser campeã da Libertadores. Mesmo assim, o elenco e a comissão técnica fizeram questão de aprovar a medida da Federação Mexicana.
“Foi feito um acordo no começo do ano entre os clubes e a Federação, e nós estamos orgulhosos em ter tantos atletas na seleção. O que importa é o México, damos muita importância para a seleção e vamos dar todo apoio a eles”, explica o técnico do Chivas, Jose Manuel de la Torre.
Forçado a escalar recém-promovidos das categorias de base, De la Torre acredita que a possível perda do título da Libertadores é um fator menor. “Isso a gente pode conquistar no próximo ano. A Copa do Mundo, não. Por isso, concordamos e acho justa essa decisão”, explica.
Um dos remanescentes no “desmanchado” Chivas, o atacante Bautista acredita que o sonho nacional está acima da realização do clube. “É lógico que para a gente fica mais difícil, mas a seleção merece esta prioridade. Era uma decisão prevista e que temos de aceitar”, diz. Para ele, o Chivas tem total condição de chegar às semifinais da Libertadores e contar de novo com a força máxima para buscar a taça. “Poderíamos ter dez na seleção. Temos total condição de chegar lá”, prevê.
Para os selecionáveis do Chivas, a certeza de uma boa campanha no Mundial estimula o futebol local a lidar com este enfraquecimento. “Temos certeza que podemos ter uma boa atuação. A diferença não é tão grande e podemos chegar na semifinal. Quem sabe até no título”, aponta o lateral Morales. “A semifinal é nossa primeira meta, pois temos capacidade para isso”, garante o zagueiro Rodríguez, com a certeza de quem participou da campanha mexicana na Copa de 2002.
Nos últimos anos, o México vem melhorando em competições internacionais e foi quarto colocado na última Copa das Confederações, derrotando o Brasil na primeira fase por 1 a 0. Depois, a seleção brasileira seria campeã, goleando a Alemanha na final. “Ali mostramos que podemos chegar longe e confiamos nisso. Vale o sacrifício de ficar longe da família. Tudo por um sonho”, explica o atacante Bravo.
Agora, a equipe vai em busca do último “degrau” nesta ascensão. Com participação seguida nas Copas desde 1986, o México teve seu melhor resultado em 1970 e 1986, quando recebeu o evento, foi cabeça-de-chave e chegou às quartas-de-final. Na Alemanha, a seleção foi apontada como uma das cabeças-de-chave, mas agora pelos seus méritos, e enfrenta Portugal, Irã e Angola no grupo D. E preparação não faltará para atingir este sonho.
Att. Eng. Richard